Como ironia do destino, os nossos eternos "rivais" argentinos estão cada vez mais dependentes do mercado brasileiro. Atualmente, o Brasil comporta mais 50% das exportações platinas, incluindo todo o tipo de produto. A relação bilateral nunca esteve tão próxima, tanto que a economia do país vizinho depende quase que "exclusivamente" da pujança brasileira no mercado global.
Além das expectativas de crescimento de ambas economias, não se pode negar o receio de muitos empresários argentinos diante dessa "exclusividade" sobre as empresas brasileiras. Há, possívelmente, uma certa mobilização para a venda de todos os tipos de produtos industrializados para os nossos empresários.
"Para se ter uma idéia da dimensão do problema, Chile e Estados Unidos juntos, segundo e terceiro destino das exportações industriais, não representam um terço do que é vendido para o Brasil. Mesmo com toda rivalidade no futebol, os Argentinos dependem (e muito) do sucesso econômico brasileiro."
O Brasil, por outro lado, saiu ganhando de todas as maneiras dentro do Cone Sul. Nos últimos anos, com a redução de participação dentro no mercado estadunidense, o país não só ganhou um alto potencial da liderança regional, mas também tornou-se uma forte potência mundial. O superavit brasileiro dobrou em apenas um ano com as exportações argentinas.
Analisando pelo contexto histórico dessa relação bilateral tão polêmica, sendo que até pouco tempo, a Argentina adotou severos entraves econômicos frente as mercadorias brasileiras e era resistente a qualquer tipo de mudança. Ainda se olharmos na época dos regimes militares sul-americanos, o Brasil realizava o seu papel de coadjuvante na América do Sul e assistia a ascensão dos hermanos no cenário global com a ajuda britânica. Contudo, o Brasil de hoje é bem diferente do Brasil dos generais e das repressões políticas daquele tempo.
Pelo menos, o Brasil tem cumprido com o seu papel na economia. O MERCOSUL é um ponto estratégico de cooperação técnica e negociações com os nossos vizinhos, é preciso mais atenção para eles, já que a liderança "política" regional também influencia, e muito, na possível adesão da tão sonhada cadeira cativa do Conselho de Segurança da ONU.
Nenhum comentário:
Postar um comentário